Eunicidae Savigny, 1818

 

 

 

Os eunicideos são poliquetas errantes, alguns são perfuradores de substratos rochosos ou conchas, habitam águas rasas de fundos rochosos, arenosos ou lamosos. Os membros desta família caracterizam-se por possuir faringe parcialmente eversível e conjunto maxilar com pelo menos um par de mandíbulas, neuropódios bem desenvolvidos e notopódios reduzidos. São poliquetas comuns, encontrados em todos os ecossistemas marinhos. Os Eunicideos podem atingir de 10 mm a 6 m de comprimento, e apresentar até 1500 segmentos. Eles não apresentam regionalização do corpo, mas os parapódios mudam gradualmente ao longo do corpo. Em geral a morfologia é muito uniforme neta família, diferindo apenas na forma e número de apêndices do prostômio, e número e distribuição das brânquias.

 

Hábitos. Os poliquetas desta família podem ser de vida livre, tubículas ou escavadores habitando todos os tipos de substratos, incluindo fendas e substratos rochosos, arenosos ou lamosos ou corais mortos. Possuem ampla distribuição e ocorrem desde regiões entre-marés até grandes profundidades. São mais comuns em regiões tropicais com temperaturas quentes.

Eunicideos são dióicos e não mostram dimorfismo sexual. A maioria dos trabalhos de reprodução em Eunicidae compreende observações da natação reprodutiva dos vermes ou ovos em massas gelatinosas. Apresentam fase de epitoquia muito conhecida, e.g. reprodução do verme palolo (Palola viridis) nos períodos de lua crescente nas ilhas do pacífico sul.

Quanto aos hábitos alimentares estão incluídos carnívoros de vários invertebrados, escavadores e herbívoros. Para interesse econômico, diversos poliquetas dos gêneros Eunice e Marphysa são altamente procurados como iscas para pescarias e comercialmente vendidos para consumo humano.

Status taxonômico. Atualmente 250 espécies são consideradas válidas e referem-se aos gêneros: Eunice, Palola, Euniphysa, Marphysa, Nauphanta, Nematonereis, Lysidice e Fauchaldius. A maioria das espécies (150) pertencem ao gênero Eunice e (50) ao gênero Marphysa.

 

DESCRIÇÃO

 

Membros desta família possuem dois palpos ventrais bem desenvolvidos, em forma de almofada, distinguíveis através de uma fenda mediana ventral e fundidos total ou parcialmente ao prostômio, dando a este o aspecto bilobado. Podem apresentar 1, 3 ou 5 antenas geralmente longas e subuladas, 1 a 4 pares de olhos dorsolaterais e um par de palpos dispostos em semi-círculos ou linha reta na base do prostômio. Peristômio formado por dois anéis bem definidos e um par de cirros dorsais podem estar presentes no 2° segmento. O ceratóforo pode ser anelado ou cilíndrico, pequeno ou indistinto. Aparato mandibular do tipo labidognata. Mandíbula composta por duas hastes alongadas e unidas por um ligamento. A margem anterior das peças é cortante, podendo estar impregnada de carbonato de cálcio e ser plana ou arqueada em forma de concha nas laterais em alguns gêneros (Lysidice, Palola e Nematonereis). As maxilas são placas dentadas, impregnadas com aragonita. Parapódios sub-birremes, o notopódio é representado por uma base curta com cirro dorsal. Neuropódio composto por um lobo arredondado ou truncado, suportado por acículos grossos, e cirro ventral. Lobo neuropodial composto por lóbulos aciculares, pré e pós-setal. As brânquias, quando presentes, são dorsolaterais conspícuas simples, pectinadas ou palmadas, com até mais de 40 filamentos. As cerdas neuropodiais são capilares limbadas e pectinadas no feixe supra-acicular e compostas espinígeras e/ ou falcígeras ou pseudocomposta falcígera no feixe subacicular. Presença de gancho subacicular. Pigídio composto por dois pares de cirros anais lisos ou moniliformes.


GÊNERO COLETADO

Gênero Marphysa Quatréfages, 1865

Diagnose. 3 antenas, um par de palpos que variam de lisos a moniliformes; cirros peristomiais ausentes; um par de olhos pode estar presente, prostômio claramente fendido. Maxilas com 4 a 5 placas dentadas pareadas. Brânquias simples, palmadas ou pectinadas. Cerdas capilar, pectinada, composta falcígera e/ ou espinígera; gancho subacicular presente (Lana, 1984).

 

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Mapa de distribuição