MAGELONIDAE CUNNINGHAM & RAMAGE, 1888

 

Os magelonídeos apresentam uma morfologia única entre os poliquetas, com um prostômio em forma de pá e longos palpos com papilas, inseridos ventralmente. A grande uniformidade morfológica dificulta a separação das espécies, na medida que é reduzida a variabilidade nesse nível taxonômico. A homogeneidade na morfologia destes animais contribuiu para que, por tanto tempo, apenas um nome genérico tenha sido utilizado.

Hábitos . As espécies de Magelonidae apresentam mobilidade reduzida, sendo capazes de atuar tanto como detritívoros de superfície ou como filtradores, graças a presença de palpos preênseis, aos quais se aderem as partículas de alimento. Estas estratégias alternativas de alimentação tornariam potencialmente possível tanto a ocupação de ambientes de baixa energia como de alta energia, sendo encontrados em todas as profundidades. O alimento consiste de detritos, diatomáceas e pequenos animais. Os magelonideos também são muito bons escavadores e são encontrados principalmente em sedimentos não consolidados (arenosos ou lodosos). Os tubos são formados por material muito pobre. Pouco se sabe a respeito da reprodução dos Magelonideos. Contudo, sabe-se que são indivíduos dióicos e que estes liberam seus gametas livremente na coluna d’água. As fêmeas apresentam coloração rosada e os machos apresentam coloração creme.

 

DESCRIÇÃO DA FAMÍLIA E DO GENERO Magelona Müller 1858

 

Os indivíduos da família Magelonidae apresentam corpo alongado, dividido em duas regiões distintas. Prostômio espatulado, desprovido de apêndices ou olhos, mas podendo apresentar cornos laterais. Palpos longos e preênseis inseridos ventralmente na zona de ligação do prostômio com o peristômio. Brânquias ausentes. Parapódios birremes, com notopódios e neuropódios lamelares. Região torácica constituída por nove segmentos anteriores; setas capilares nos oito primeiros e eventualmente setas modificadas no nono. As setas da região abdominal são principalmente ganchos encapuzados dispostos em fileiras frente a frente (Day, 1967; Jones, 1968; Fauchald, 1977 in Bolívar, 1986).

Como mencionado anteriormente, os indivíduos da família Magelonidae apresentam grande homogeneidade morfológica, o que nos permite dizer que a mesma descrição usada para família pode ser usada para descrever os seus gêneros, com a exceção dos dois novos gêneros relatados para esta família: Meredithia (Hernández-Alcántara & Solis-Weiss, 2000) e Octomagelona (Aguirrezabalaga, Ceberio & Fiege, 2001).

Status taxonômico . A família Magelonidae foi considerada monotípica, com o gênero-tipo Magelona, por mais de 100 anos. Recentemente foram descritos dois novos gêneros, Meredithia (Hernández-Alcántara & Solis-Weiss, 2000) e Octomagelona (Aguirrezabalaga, Ceberio & Fiege, 2001). A família Magelonidae tem atualmente 56 espécies consideradas válidas. Bolívar & Lana (1986) fizeram um levantamento dos magelonídeos do litoral sudeste do Brasil, descrevendo 4 espécies (M. variolamellata, M. posterelongata, M. nonatoi e M. crenulata) e ampliando a distribuição de duas (M. papillicornis e M. riojai).

 


ESPÉCIE DISPONÍVEL

Magelona sp1

Mapa de distribuição
Lista das famílias