FAMILIA POECILOCHATIDAE HANNERZ, 1956

 

 

Os peciloquetídeos são poliquetas bênticos que vivem em sedimentos não consolidados. São animais de grande fragilidade, que raramente são coletados completos. Este grupo de poliquetas espioniformes é facilmente identificado porque as cerdas do primeiro segmento são projetadas para frente formando uma “gaiola” rente ao prostômio e seus órgãos nucais são proeminentes. Eles também são distinguidos pela diversidade de cerdas ao longo do corpo e pela presença de lobos parapodiais lageniformes. Peciloquetídeos são vermes longos, com o maior taxa medindo mais de 90 mm de comprimento e menos de 2 mm de largura, e mais de 150 segmentos. Algumas espécies vivas são basicamente translúcidas e outras espécies, devido ao profuso suplemento de sangue, podem apresentar coloração vermelha ou preta nos segmentos anteriores e marrom ou verde escuro nos segmentos posteriores devido à pigmentação. Quando maduros sexualmente, particularmente nos machos, a região posterior pode estar branca. Peciloquetídeos vivem em longos tubos em forma de U ou ramificados feitos de grãos de areia.

Hábitos. Eles possuem um par de palpos e podem usá-los para se alimentar de matéria orgânica em suspensão, pequenas algas e diatomáceas ou usam os palpos para a captura de alimentos depositados na superfície do substrato.

A maioria dos indivíduos desta família é encontrada em regiões de temperaturas quentes ocorrendo em abundância em baixios ou águas rasas de fundos de areia e lama. Poucas são as espécies encontradas em águas profundas.

Pouco se sabe a respeito da reprodução nos peciloquetídeos, exceto por algumas observações no sistema reprodutivo e larval do Poecilochaetus serpens . Allen (1905) encontrou neste gênero gametas por mais de um ano, encontrados desde o segmento 17 até os segmentos finais do corpo. São indivíduos gonocóricos, a fertilização é provalvelmente externa e as larvas são planctotróficas.

Status taxonômico. A família Poecilochaetidae é composta pelo gênero Poecilochaetus, estabelecido por Claparède (in Ehlers, 1875), tendo como espécie-tipo Poecilochaetus fulgoris. Atualmente 28 espécies e uma subespécie de Poecilochaetidae são reconhecidas (dezesseis delas descritas a partir de animais incompletos), embora o status taxonômico da família continue sendo alvo de debates. As caracterizações morfológicas detalhadas ou informações biológicas e ecológicas estão disponíveis para apenas poucas espécies, como P. serpens (Allen, 1904), P. australis (Nonato, 1963) e P. johnsoni (Taylor, 1966) (Ribeiro, 2004).

 

 

DESCRIÇÃO

Indivíduos desta família possuem corpo longo e delgado. Suas principais características são a presença de prostômio arredondado com dois pares de olhos, uma antena mediana ventral, dois palpos longos sulcados e o primeiro parapódio dirigido para frente, com cerdas notopodiais e neuropodiais longas, formando uma gaiola cefálica e órgão nucal trilobado. Os setígeros 2, 3 e, às vezes, o 4 possuem ganchos falcados no neuropódio. Lobos parapodiais em forma de ampolas estão presentes do 7 o ao 10 o-17 o setígero. As cerdas podem ser lisas , pectinadas, plumosas, pilosas, espirais, e as cerdas notopodiais posteriores são modificadas em ganchos ou espinhos. Acredita-se que o grupo seja monofilético devido à ocorrência exclusiva de lobos pós-cerda em forma de ampola e setas delgadas plumosas (Orrhage, 1964; Fauchald & Rouse 1997). A antena mediana ventral também parece exclusiva de Poecilochaetus (Allen, 1904), assim como as “papilas epidermais”. Parapódios são birremes com órgãos sensoriais entre os ramos e cirros dorsais e ventrais longos. As brânquias dos Poecilochaetidae, quando presentes, estão na forma de filamentos, variando de 2-4 ou até 11 filamentos, inseridos na região posterior de cada ramo dos parapódios. Pigídio apresentando de 2 a 4 cirros delgados ou cônicos ou desprovido de cirros.


GÊNERO COLETADO

 

Gênero Poecilochaetus (Claparède, 1875)

 

Diagnose. Apresenta uma antena mediana e órgãos nucais. Setas longas presentes a partir do primeiro segmento formando uma gaiola cefálica. Segundo setígero similar a todos os outros setígeros. Cirros anteriores longos e rígidos, lageniformes. Ganchos aciculares neuropodiais presentes no 3° e 4° setígeros.

 

 


ESPÉCIES DISPONÍVEIS

Em construção

Mapa de distribuição
Lista das famílias