Com um trabalho detalhado e uma abordagem multidisciplinar, pesquisadores do programa de Pós-graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos (PGSISCO) e alunos do Centro de Estudos do Mar, relataram a ocorrência de uma floração de Ostreopsis cf. ovata no Arquipélago de Currais, um dinoflagelado bentônico marinho tóxico, geralmente responsável por eventos nocivos de floração no mar do Mediterrâneo.
O trabalho intitulado “Ostreopsis cf. ovata Bloom in Currais, Brazil: Phylogeny, Toxin Profile and Contamination of Mussels and Marine Plastic Litter” faz parte da tese de doutoramento do discente Carlos Eduardo J. Azevedo Tibiriçá na PGSISCO, sob a orientação do professor Dr. Luiz Mafra Jr., coautor do trabalho. A pesquisa, capa da edição de agosto de 2019 do periódico Toxins, foi iniciada no Brasil em 2017 e concluída durante o período de estágio e pesquisa do discente e orientador (ambos apoiados pela CAPES) no instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar (IFREMER).
A pesquisa, além de identificar as cotas e os perfis intracelulares das toxinas produzidas pelo dinoflagelado em substratos naturais, artificiais e em condições controladas de cultivo, encontrou concentrações moderadas das toxinas em mexilhões comestíveis durante a floração. Os autores destacam que a bioacumulação da toxina na cadeia trófica apresenta sérios riscos à fauna marinha e à saúde humana da região. Além disso, mostraram que fragmentos de lixo plástico podem ficar revestidos com células de Ostreopsis e grandes quantidades de biotoxina, podendo tornar ainda mais graves os efeitos da ingestão acidental desses detritos por tartarugas e outros animais. Para ler o artigo na integra acesse https://www.mdpi.com/2072-6651/11/8/446/htm
Capa da revista Toxins.
Por Marcelo Soeth, Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos, Pontal do Paraná, 10/09/2019.