FAMÍLIA OWENIIDAE RIOJA, 1907

Oweniidae é um pequeno grupo de poliquetas tubícolas que é mais conhecido pela sua forma larval mitrária do que pela forma adulta. Os Oweniidae vivem em tubos escavados em galerias e formados pelo acúmulo de partículas minerais e pedaços de conchas aderidos à matriz mucosa secretada pelo próprio animal. Esses tubos estão fixados num substrato, de forma que sua extração é extremamente difícil. O corpo é alongado e cilíndrico com cerca de 20 a 30 segmentos. O comprimento desses animais pode variar de 10 mm a 100 mm e o tamanho dos tubos varia de 200 a 300 mm de comprimento. O corpo apresenta comumente uma coloração pálida na região posterior, mas na região anterior pode ser observada uma pigmentação escura em espécies vivas. Distribuem-se por todos os oceanos, desde áreas tropicais até polares e são encontrados desde regiões entre-marés até 4.000 m de profundidade.

Hábitos. Os oweniideos pertencem a um grupo de poliquetas tubícolas que são capazes de secretar um tubo consistente ao redor do corpo. O tubo é secretado dentro de uma galeria escavada cuja base está fixada no substrato, de modo que o animal é epibêntico.

Alimentam-se por filtração de pequenas partículas suspensas ou ingestão de depósitos orgânicos do substrato bentônico. Este tipo de alimentação relaciona-se diretamente à presença de pelo menos um par de palpos peristomiais sulcados que captam as partículas. Larvas plactotróficas mitrária.

Status taxonômico. Os Oweniidae compreendem um grupo de poliquetas com cinco gêneros propostos, Owenia (Delle Chiaje, 1841), Myriochele (Malmgren, 1867), Myriowenia (Hartman, 1960), Myrioglobula (Hartman, 1967) e Galathowenia (Kirkegaard, 1959). Quanto ao numero de espécies apenas Fauchald (1977) apontou um numero exato (27). Outros autores sugerem números aproximados de espécis de Oweniidae: Nilsen & Holthe (1985), aproximadamente 30 espécies válidas; Blake (2000), entre 30 e 35; Hutchings (2000), pelo menos 30 especies, e Rouse & Pleijel (2001), entre 28 e 37.

DESCRIÇÃO

O corpo dos oweniideos tem formato cilíndrico. O prostômio é fundido com o peristômio, formando uma região cefálica ou cabeça. Esta região pode ser oval ou globulosa (Myriochele, Myriowenia e Myrioglobula), cilíndrica (Galathowenia e Myriochele), ou em forma de coroa branquial (Owenia). Dois tentáculos peristomiais alongados e longitudinalmente sulcados são encontrados apenas em Myriowenia; antenas e órgãos nucais estão ausentes. Os Oweniidae possuem faringe ventral não-eversível e sem quaisquer estruturas quitinosas. A probóscide é utilizada para construção ou reparo do tubo e não para alimentação, como ocorre com outros poliquetas. Manchas ocelares não são observadas na maioria das espécies, apenas Owenia fusiformis, Galathowenia oculata e Myriochele danielsseni apresentam ocelos pares ventro-laterais no peristômio. O tórax é formado pelos segmentos anteriores, que varia de 1 a 3 dependendo do gênero ou espécie, e dotado apenas de feixes notopodiais. Os segmentos abdominais são notadamente mais alongados do que os segmentos torácicos e apresentam feixes notopodiais e bandas neuropodiais de ganchos distalmente bidentados. O ânus é terminal, podendo ou não apresentar algum adorno pigidial. Acículas, cirros dorsais e ventrais e brânquias parapodiais são ausentes.

GÊNERO COLETADO

Gênero Owenia Delle Chiaje, 1844

Diagnose. Prostômio fundido com o peristômio, caracterizando uma região cefálica ou cabeça. Possuem lábio peristomial prolongado e dividido em 3 ou 4 pares de lobos labiais. Antenas e órgãos nucais estão ausentes. A faringe é ventral e desarmada; a probóscide tem função na construção ou reparo do tubo e não na alimentação, como ocorre em outros poliquetas. Apresentam um par de pigmentos ocelares, disposto ventro-lateralmente na região cefálica, anteriormente ao colarinho. Tórax formado pelos três primeiros segmentos, portando apenas feixes notopodiais. Segmentos abdominais apresentam feixes capilares e/ou espinhosas e bandas neuropodiais de ganchos bidentados distalmente lado-a-lado. Os segmentos abdominais – que diminuem gradualmente de tamanho no sentido antero-posterior até se tornarem curtos e agrupados na região próxima ao pigídio – notadamente mais alongados do que os segmentos toráxicos.

ESPÉCIES DISPONÍVEIS