Sigalionidae Kinberg, 1856

 

Os representantes desta família são vermes escamados ativos que podem ser encontrados desde as regiões entre-marés até o mar profundo e possuem corpo longo e delgado, com numerosos segmentos (mais de 300) e escamas. Geralmente são mais facilmente encontrados em sedimentos não consolidados, em bancos de algas e em águas rasas. A maioria dos grupos não tem um padrão de pigmentação distinto, que pode ser de branco a amarelado, com alguns indivíduos apresentando uma bandagem vermelha ou uma pigmentação escura. Em alguns taxa grãos de areia ou carapaças de foraminíferos podem estar grudadas na região dorsal da escama.

Hábitos. Seus hábitos alimentares são pouco conhecidos, Fauchald e Jumars (1979) os consideraram como predadores de pequenos invertebrados.

São escavadores de fundos lodosos ou arenosos, já foram encontrados em substratos grossos - incluindo seixos finos e areia grossa, e associados com algas coralíneas, conchas e briozoários (Pettibone, 1970). Algumas espécies de Sthenelanella são únicas entre os Sigalionidae, pois apresentam glândulas fiadoras notopodiais que produzem uma fibra para construção de seus tubos (Rouse & Pleijel, 2001). Espécies de Psammolyce fixam grãos de areia aos seus corpos e escamas produzindo uma cobertura protetora efetiva.

Pouco se conhece sobre a reprodução desta família, aparentemente apenas a reprodução de Sthenelais boa foi estudada, ela libera os gametas diretamente na coluna d’água e as larvas são planctotróficas.

Status taxonômico. A família Sigalionidae conta com quinze gêneros válidos (Fauchald, 1977). No litoral paranaense foram registradas treze espécies, pertencentes aos gêneros Sthenelanella, Sthenolepis, Sthenelais, Pholoe, Sigalion, Thalanessa, Psamolyce, Fimbriosthenelai e, Ehlersileanira.

 

DESCRIÇÃO

 

O prostômio é retangular, com um par de antenas laterais pequenas, estas antenas quando originadas sobre o prostômio podem ser fundidas ao parapódio. Apresentam um par de palpos finos, e antenas medianas também podem estar presentes. Geralmente têm um par de olhos pequenos e, para sua proteção, têm órgãos nucais situados no segundo segmento. O primeiro segmento é curvado ao redor do prostômio e apresenta parapódios e dois pares de cirros tentaculares. Os parapódios são birremes, sendo que o neuropódio é maior que o notopódio. Cirros ventrais e dorsais estão presentes. Na extremidade anterior, os cirros dorsais se alternam com as escamas, que estão presentes em todos os segmentos da região posterior. Os Sigalionidae apresentam pequenos cílios de proteção, ctenídios, que se situam no notopódio ou no parapódio. Em seu pigídio há um par de cirros afilados que, às vezes, são assimétricos em seu comprimento (Mackie & Chambers, 1990). Sua probóscide é muscular e contém um par de mandíbulas, glândulas venenosas (Wolf 1986), um anel distal e um número variável de papilas podem estar presentes.


GÊNEROS COLETADOS

 

Sigalion Audouin and Milne Edwards, 1832

Diagnose. Este gênero apresenta duas antenas laterais e as aurículas são ausentes. Neurocerdas simples spinose ou compostas com apêndices de comprimentos variados, multiarticuladas e bidentadas.

 

Sthenelais Kinberg, 1855

Diagnose . Os representeantes possuem três antenas e as aurículas também estão presentes. Não é registrada a presença de cirros no 3º segmento. As neurocerdas incluem spinose simples e dois tipos de falcígeras, robustas com pequenos apêndices bidentados ou delgadas com apêndices articulados.


ESPÉCIES DISPONÍVEIS

Sigalion cirriferum

Mapa de distribuição
Lista das famílias